6 “Soft Skills” mais requisitadas pelo mercado
Especialista enfatiza a importância destas habilidades no âmbito profissional.
As “soft skills” são habilidades subjetivas, de difícil identificação e diretamente relacionadas à inteligência emocional das pessoas. Estas capacidades são, normalmente, adquiridas por meio das experiências vivenciadas ao longo do tempo – e não em livros e cursos. Diferentes das chamadas “hard skills” – aquelas que, normalmente, entram no currículo e são aprendidas em cursos, faculdades, escolas e outros empregos, e que são específicas para cada área – as “soft skills” são interessantes para qualquer tipo de atuação profissional.
Guilherme Junqueira, CEO da Gama Academy, escola especializada em capacitar talentos para trabalhar no mercado digital, e um dos fundadores da Associação Brasileira de Startups, analisou as “soft skills” mais requisitadas pelo mercado. Segundo ele, uma frase que exemplifica a importância destas habilidades é aquela que diz que as empresas contratam pelo currículo e demitem pelo comportamento. É como se as os funcionários fossem contratados graças às “hard skills” e demitidos em função da deficiência de “soft skills”.
Apesar de as “soft skills” serem muito requisitadas para qualquer tipo de cargo, algumas são mais específicas para certas profissões do que para outras. Somado a isso, está a maneira extremamente rápida como as mudanças acontecem no mercado de trabalho atualmente – o que torna mais difícil definir quais são as “soft skills” mais procuradas nos profissionais. “A nova geração busca algo com o qual esteja alinhada, mas também que seja bom para o mundo”, afirma Junqueira. Assim, o especialista selecionou algumas habilidades cada vez mais requisitadas ao longo dos anos e que convergem com as exigências da sociedade moderna e do cenário atual.
Veja as 6 “soft skills” mais requisitadas pelo mercado:
1. Comunicação eficaz
Comunicar-se vai muito além de falar a mesma língua. A comunicação verdadeira e eficaz inclui a transmissão e a interpretação das ideias de uma forma que se consiga passar para outra pessoa exatamente o que se está querendo dizer. Quando isso ocorre, a pessoa se torna capaz de falar para os mais diversos públicos e, possivelmente, alcançar os objetivos que buscava com a comunicação. A maioria das profissões exige algum tipo de interação entre as pessoas, seja algo limitado ao próprio ambiente de trabalho ou uma interação externa com clientes, por exemplo. Uma boa comunicação inclui também ouvir atentamente, escrever bem, saber se portar em diferentes situações, entender o que está sendo dito e ter a capacidade e a facilidade de realizar trabalhos em equipe. Resumindo: não basta falar bem. Para que a comunicação seja efetiva, é necessário liderança e um bom poder de persuasão.
2. Pensamento criativo
Algumas pessoas são naturalmente mais criativas do que outras. Entretanto, o tipo de criatividade requisitada por grande parte das profissões é algo que pode ser aperfeiçoado com a prática – apesar de ainda poder ser um grande desafio para muitos. Apesar da habilidade ser mais ou menos exigida, dependendo da área ou cargo, em um mercado tão competitivo quanto o atual, quem demonstrar mais facilidade na elaboração de soluções de forma rápida e inovadora terá a preferência das empresas. No mundo dos negócios, por exemplo, um funcionário com um pensamento criativo conseguiria trazer alternativas singulares para uma crise. A criatividade, mais do que algo inato, pode ser construída por meio de conhecimentos sobre determinado assunto, resiliência e até as próprias experiências profissionais.
3. Resiliência
Esta talvez seja a “soft skill” mais importantes para os momentos de crise vivenciados pelas empresas. Em resumo, a resiliência é a capacidade de se recuperar depois de enfrentar adversidades. Mais do que força, é algo que exige uma certa maturidade psicológica. A pessoa com essa característica consegue lidar com problemas, se adaptar a mudanças e resistir a pressões. Por ser algo extremamente útil em qualquer área de atuação, se tornou muito requisitada no mercado atualmente. E, por possibilitar os aprendizados nos momentos de dificuldade, acaba sendo a base para o desenvolvimento de outras “soft skills”. Entretanto, é algo difícil de ser adquirido. Normalmente, quem mais possui essa habilidade são pessoas que já enfrentaram situações complicadas e tensas no ramo empresarial.
4. Empatia
A empatia é importante para qualquer ambiente, mas ainda mais essencial no círculo profissional. É uma “soft skill” necessária, principalmente para líderes e gestores. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa de forma que se consiga compreender o próximo e quase sentir o que ele sente. No caso do âmbito profissional, a empatia é útil em dois aspectos.
Em primeiro lugar, ela é importante para a relação entre líderes e funcionários de uma empresa. Em relacionamentos nos quais existe alguma forma de hierarquia ou liderança, se colocar no lugar do outro pode tornar a gestão mais aberta e humana. Essa “soft skill” é, portanto, a chave para uma boa gestão de pessoas.
Em seguida, esta é uma habilidade crucial para a relação entre a empresa e seus clientes. A empatia vai ajudar a primeira a entender qual a necessidade exata do consumidor. Com isso em mente, fica mais fácil fazer um discurso mais direcionado e persuasivo para impulsionar a companhia no mercado em que atua.
5. Liderança
Obviamente, as outras “soft skills” – comunicação eficaz, pensamento criativo, resiliência e empatia – formarão um bom funcionário ou candidato. Entretanto, a liderança vai além. Essa capacidade possibilita que o profissional seja mais do que um bom funcionário. Isso ocorre porque ela é produto da união de todas as demais habilidades. É praticamente impossível ser um líder sem saber se comunicar bem, sem facilidade para trabalhar em equipe, sem empatia ou criatividade. Conquistar a liderança e saber manuseá-la faz funcionários trabalharem como um time, assumirem responsabilidades e, ainda, conseguirem explorar o melhor das pessoas. Com a velocidade de produção do mundo globalizado, a busca por candidatos com essa característica é crescente. Atualmente, o mercado precisa de líderes proativos, capazes e independentes o suficiente para darem conta do recado. Já que esta, assim como outras “soft skills”, são difíceis de serem identificadas sem uma convivência, é importantes que seja pontuada em algum momento do recrutamento. Cite projetos que você assumiu no passado ou trabalhos em equipe que você tenha conduzido. É importante exaltar algo que mostre sua capacidade de se destacar em um grupo.
6. Ética no trabalho
Esta não é uma característica fácil de ser ensinada. Pessoas éticas no trabalho, provavelmente, não aprenderam a serem assim nos livros, na faculdade, em cursos de especialização ou em treinamentos. É um tipo de “soft skill” que as pessoas carregam e desenvolvem ao longo da vida – por mais subjetivo que isso pareça. Apesar de a família também ter um papel fundamental neste quesito, é uma habilidade que junta diversos fatores – como influências dentro de casa, relacionamentos e convivências na escola, entre outros. A ética é um aprendizado da vida e engloba tanto a postura em relação à pontualidade quanto a responsabilidade com o trabalho de maneira geral. É um conjunto de valores que nem todos possuem. Esta habilidade pode ser perdida no meio profissional por causa da tensa dinâmica do mercado que, muitas vezes, gera competitividade, individualidade e egoísmo. Entretanto, é errôneo pensar que ela deixou de ser valorizada. Na verdade, quanto menor a disponibilidade de profissionais que valorizem a ética no ambiente de trabalho, mais essa característica se tornará um diferencial entre os funcionários.
Fonte: https://forbes.com.br/